Já voaram mais de 30 dias desde a
primeira imagem dela na rodoviária, me esperando, sorrindo, com uma calça preta
justinha, uma blusinha colorida e uma jaquetinha vermelha de couro, toda
simpática e doce. Ela me viu e aguardou parada, enquanto eu caminhava com minha
mala em direção a ela. Eu realmente achei que ela não tinha me recebido como
uma surpresa tão boa assim, mas, quando cheguei, ela me abraçou e me beijou... Abraçou
forte, mordeu meu lábio, sorriu mais uma vez e me disse: que bom que você veio!
Só eu e ela sabemos o quanto foi
difícil fazer com que esse encontro acontecesse.
Quando ela passou a mão pelo meu braço
e escorregou lentamente até a minha mão e segurou firme, eu sentia o quanto
aquilo estava valendo a pena.
Depois desse dia, desse final de
semana, nada nunca mais foi o mesmo, nem eu. Tanto que hoje eu olho pra trás e
vejo todas as coisas que já fizemos juntos, nesse mínimo tempo, fico muito
feliz por ver que tenho aproveitado muito bem meu tempo, que tenho gasto ele com
alguém que vale e me dá retorno. Mas só de pensar em todas as coisas que eu
ainda quero fazer ao lado dela, o tempo volta a se tornar relativo e todas as
coisas que fizemos parecem não ser suficientes para o nosso tempo.
Nosso relógio não tem marcação, apenas
ponteiros, eles giram continuamente e para o mesmo lado, como qualquer relógio.
A diferença é que pra nós não existe dia, hora, lugar, não existe noite, não
existe empecilho, tudo é feito em perfeita harmonia.
Como uma empresa em expansão. Somos
investidores diretos e não nos importamos com as ações ou quem tem a maior
porcentagem na empresa, isso não é necessário. Apenas estamos investindo tudo o
que temos, ambiciosamente e aguardando pelo retorno e os dividendos que nós
poderemos juntos, gerar. O melhor de tudo é que tanto eu quanto ela, depois de
tanta coisa vivida, sabemos que existe a chance dessa empresa quebrar, estamos
trabalhando o tempo todo contra isso, mas sabemos que se isso acontecer, ambos
quebraremos junto com ela.
A vida é engraçada. Quem diria que o
V.U.(balada GLS de Curitiba) poderia me trazer tantos prazeres assim? HAHAHAHA!
Parece até ironia, mas foi assim, após uma entrevista de emprego, empurrado por
mais 4 amigos que eu fui parar lá, hoje fico feliz por Thiago e Kalleo terem
quase me arrastado pra balada aquele dia que eu não queria ir.
Graças a minha cara de carvalho maciço,
porque pau é pouco né, eu fui me intrometer na conversa alheia das pessoas
estranhas que estavam sentadas... Foi aí que conversamos demais, bêbados,
reclamando e de saco cheio de tanta gente cheia de si e cheia de nada. Não
estávamos preocupados com o relógio, conversávamos e ríamos muito, sem parar. Até
que fui chamado para ir embora, me despedi correndo dela, sem nem ao menos abraçá-la
e, depois de ter pago a comanda, antes de sair eu a cacei. Tracei minha rota
até porta de entrada da casa de festas e, como um lince no meio da noite, eu a
cacei.
Eu já havia desistido de encontrá-la e,
quando estiquei os braços para abrir a porta que leva a escadaria externa...
Ela fez isso do lado de lá antes que eu pudesse tocar a maçaneta.
Tive tempo apenas de dizer meu contato
das redes sociais pra ela, agarrá-la firme e antes que ela pudesse dizer ou
fazer algo eu a recostei na parede e disse que não poderia sair daquele lugar
naquela noite sem beijá-la.
Depois desse dia, conversamos, marcamos
encontros e nada nunca deu certo.
Passaram-se dias e meses até que,
depois de ver uma foto eu resolvi ir atrás dela, mais uma vez, numa última
tentativa e, ela já havia se mudado para o interior, de onde veio.
SEM PROBLEMAS! Se Maomé não vai a
montanha, pode deixar que a montanha vai até Maomé. Hahahaha! E essa foi à frase
que deu origem à relação que temos hoje.
Tudo têm sido tão rápido e engraçado,
divertido e prazeroso, belo e confortante que parece que eu a conheci ontem,
que esse “mais de mês” começou a mudar a minha vida.
Tenho apenas a agradecê-la e me
orgulho, pois antes mesmo de ir ao encontro dela eu avisei que era um “mala” e
muito chato, fui sincero.
Mesmo
depois de descobrir que o que eu disse é realmente verdade ela ainda me
suporta.
Não é nem um pouco fácil me aguentar: Leva
blusa! Cuidado com isso! Não volte tarde! Não faça assim, faça assado, isto
está errado, não é assim, por aqui é melhor por causa disso e daquilo, assim é
mais fácil, daquele outro jeito é mais rápido...
Não é fácil aceitar todas as minhas
respostas na ponta da língua, não é fácil interpretar e gostar do meu jeito “grosso”,
que na verdade é sincero, realista e direto, não é confortável falar sobre meu
passado e meus erros, não é uma maravilha lidar com minhas variações de
humor... Definitivamente ela merece um CONGRATULATIONS bem grande...
“Admirarei aquela que souber ou
aprender a lidar com meus medos, erros, com a minha coragem e meus acertos. Admirá-la-ei
pelo simples fato de entender e extrair tudo o que há de bom naquilo que eu
nunca consegui entender, eu.”