Nessa
vidinha terrena eu sou um passageiro. Um passageiro do ônibus que leva pro
infinito que eu já conheço e cada vez mais conhecerei.
Mas
vamos ao assunto, quando foi que eu vim pra falar sobre mim aqui? Poucas e
raras vezes, se não me engano duas. Meus textos, a inspiração pra um texto
nunca partem de mim. Ninguém que tenha o altruísmo em um nível decente
escreveria sobre si.
Vim pra
escrever sobre ela. Mas de novo? Sim! Por quê? Simples, o fato de que só ela
passou e permanece viva, afinal passamos muito, pouco, pouco muito tempo
juntos. Tenho mais idéias, mais histórias, mais inspiração talvez, mais motivos
eu diria.
Hoje
vim apenas descrevê-la, depois de muito tempo, já não é mais aquela menininha
doce e meiga que eu conheci quando tinha 16 anos, hoje ela é uma mulher, uma
grande mulher eu diria. Perfeita não, ainda tem muito pra viver e aprender, mas
quem não tem? Se você otimiza seu tempo, apenas estando vivo e vivendo um dia,
mesmo que não fazendo nada, você aprende algo. Somos todos passageiros.
Ela tem
um sorriso... Um sorriso diferente. Sincero, sensacional, verdadeiro, que
transpira felicidade e acabou de me fazer sorrir, sozinho, na frente de um
monitor, apenas fechando os olhos.
Os
lábios carnudos, desenhados a mão, cada cuva foi planejada... Macios, doces,
quentes, ressecados quando faz muito frio porque são sensíveis e não resistem
ao frio intenso, o que eu particularmente acho uma graça. (:
Desde o
pézinho dela, gordinho, dedinhos pequenos e gordinhos, era lindo, em uma
havaiana ou em um salto alto, até a sobrancelha, narizinho, a boca, o olhar,
olhos são complementos, o importante é o olhar, era era completa. Isso pra não
tocar na modelagem do corpo, afinal sou homem e prefiro guardar estas
descrições em segredo
O físico dela é explícito a
todos, não perderei tempo descrevendo algo que é só um complemento da pessoa
fantástica que ela foi, e é.
Ela
sempre foi muito carinhosa, atenciosa, esquecia de umas e outras datas, mas das
mais importantes não. Tinha algumas manias, frescuras, mas coisas superficiais
que a deixavam ainda mais meiga. Ela era preguiçosa, isso ela era muito haha, me
irritava em alguns casos, só que não. Ela era suficientemente responsável,
esquecia de algumas coisas, todo mundo esquece muita coisa quando ocupa boa
parte do seu tempo pensando em alguém.
Ela
sabia o que eu queria ouvir, eu dizia exatamente o que ela queria escutar, em
alguns casos não porque como em todo relacionamento existe um idiota, esse sou
eu, piadista, às vezes eu criava todo um clima de romance e quando ela achava
que ia ouvir um eu te amo, ou uma das inúmeras frases que ela me inspirava e
sempre ouvia, ela ouvia algo completamente idiota, que a deixava com uma cara
de paisagem decepcionada e eu morria de rir como estou rindo agora, antes de
ela me ouvir chamando-a de bocó ainda rindo um pouco e dizendo: você sabe que é
brincadeira, que eu te amo, que tenho passado alguns dos melhores dias da minha
existência com você, que eu estou vivendo a minha melhor fase até agora, que é
você. (:
Ela não
gosta de tomar sustos, mas no fundo eu acho que ela gosta, mas a sensação de
susto ao mesmo tempo que é boa, é ruim, então ela não se decide, ou apenas
gosta e diz que não poque sabe que eu continuo fazendo hahaha. Tentava me dar
sustos e em 95% dos casos era surpreendida e tomava o susto e eu ria mais ainda.
Quando
eu ficava doente e mesmo quando era só charme pra ganhar carinho e cafuné(independente
de nunca ter precisado disso, nunca faltou amor e carinho, mas é legal fazer um
charme de vez em quando né, quem não gosta?) ela ficava do meu lado, me cuidando
o tempo todo, não tirava o olho de mim, e tinha uma mania que eu também aprendi
a ter com ela, fazer alguém dormir com um cafuné e ficar ali, minutos, mais de
uma ora ali, olhando, observando e sorrindo por toda a felicidade que gerávamos
juntos. Várias vezes fingi dormir e de repente assustei ela ou quando percebi
que ela sorria(nossa sintonia sempre foi incrível, falávamos, pensávamos,
fazíamos tudo juntos, éramos um.) eu abria os olhos achando que ela iria ficar
sem graça, que ia me falar algo por estar fingindo dormir, mas ela só abria
ainda mais o sorriso, me dava um beijo, dizia que me amava e eu fechava os
olhos sorrindo e adormecia, várias vezes no colo dela. Eu muitas vezes fingi
dormir e fiquei ouvindo ela falando com a mãe, sobre nada, sobre tudo, sobre a
novela, a tv, o dia-a-dia, sobre mim...
Aprendi
muito com ela e ela comigo, aprendemos juntos, complementamos o que cada um já
sabia e tinha vivido e demos vida a algo
muito melhor, o que aprendemos juntos talvez tenha sido muito mais eficiente em
nossas vidas.
Ela
vivia e ainda vive um pouco trocando de cor no cabelo, o que nunca fez
diferença pra mim, mas confesso e ela sabe, eu prefiro ela loura, do jeitinho
que a conheci, o natural é castanho, mas como a conheci loura, o natural dela
pra mim é louro. Gosto do simples, do natural, do real.
Ela
nunca usava shorts, bermuda, shortinho, saia, mini saia, vestido curto...
Quando descobri aquele corpo incrível todo, quando eu vi tudo aquilo que
existia ali e era lindo, maravilhoso, que me fez pensar que era perfeito demais
pra mim, naquele dia eu decidi que ela seria uma mulher ainda mais linda do que
já era, que ela deveria valorizar cada milímetro daquele corpo. Então fiz ela
começar a usar uma bermudinha justinha e que ficava excelente nela, na altura
do joelho é claro, a fera teve que ser amansada lentamente, com muita cautela
haha, aí compre um shortinho curto, ela disse que não ia usar, eu perguntei
poque e ficamos falando e falando e quando foi virar discussão eu falei, então
tá, troque por uma calça, mas não é o que eu gostaria de ter te dado pra
vestir, não ficarei contente e estarei decepcionado hoje, mas passa. Aí eu
ataquei na jugular! “Quando você realmente ama alguém, você faz coisas das
quais não gosta só pra ver quem você ama sorrir, só pra ver aquela pessoa
feliz.” Ela com cara de mais ou menos colocou e depois veio vestidinho,
mini-saia... Ela se tornou uma mulher ainda mais incrível.
Ela me
renderia, alguns dizem que ainda vai render um livro, eu não duvido, mas também
não acho possível que aconteça, assunto pra falar eu tenho, mas talvez ainda
tenha muita coisa pra acontecer. Talvez ela se case, talvez não. Talvez eu não
viva, talvez ela não. Talvez.
Ela
sempre usava as unhas grandes na época de escola, talvez hoje não tanto quanto
naquela época, eu gostava daquilo, a deixava inocentemente sensual, isso criava
um ponto de interrogação na minha cabeça pela contradição, mas eu achava
charme.
Quando
eu estava voltando do almoço pro trabalho ela ficava me olhando do portão até
eu sumir na esquina, duas quadras acima onde eu dobrava a direita, depois vinha
toda sedutora me falar do “meu jeito bonito e sensual de andar”, algo que eu
acredito que só ela enxergava, hahahaha, parece piada, mas ela achava isso e eu
achava legal ela achar isso.
Ambiguidade Pleonasmo da Silva, prazer.
Será
sempre inútil tentar resumi-la e resumir toda essa história num único texto,
quiçá um blog.
A arte
de me inspirar nela, de manter vivas, coisas importantes da minha história, se
ela não dá tanta importância assim a isso tudo, o que eu posso fazer? Gosto de
manter vivos em mim cada um dos dias mais esplêndidos que passei em minha vida,
até agora e daqui pra sempre, independente de sentimentos.
