Buildings . . .

           Estamos tão perto e tão longe ao mesmo tempo, estamos de certa forma ligados mas a distância entre nós tenta nos forçar a colocar nossa relação em “Stand by”, mas eu acredito que nós temos energia e calor o suficiente pra manter tudo bem conectado.

            È incrível ver como ela mexe comigo, com meus sentimentos, me faz sorrir sem nem mesmo dizer uma palavra... Tenho pensado nela dia e noite, por horas, tenho imaginado cada minuto que poderíamos estar passando juntos e, cada vez que imagino algo diferente e ainda melhor do que já havia imaginado, faz doer em mim por não poder estar ao lado dela por tempo indeterminado.

            Minha ansiedade pelo dia do nosso encontro é tanta que eu não consigo não contar os dias logo, quero que anoiteça para que eu durma e assim possa acordar dizendo: menos um!

            Pode ser bobagem minha, mas é o que tem satisfeito a ansiedade e a saudade de algo que eu ainda não conheço. Imagens apenas dos olhos, da boca, daquele rostinho fofo dela... É algo como provocar a minha ansiedade fazendo aumentá-la e chegar a picos que eu nunca imaginei! Acabo-me por parecer uma criança de 5 anos esperando o papai noel no dia 25 de dezembro, ou um torcedor de time campeão esperando os 2 minutos finais do jogo...

            Eu estava tranquilamente andando pelas ruas e avenidas da minha vida, assoviava tranqüilo, andava sem pressa, sorrindo e olhando para o movimento da pacata cidade dentro de mim... mas aí ao dobrar uma esquina... Um balde de água fria me tirando o sossego!

            Novamente uma bala de felicidade estilhaçando cada minúsculo pedaço do meu vidro de verdades e a minha máscara caiu.

            Então o rapaz que se demonstrava tranqüilo, despreocupado volta a se tornar um desesperado e ansioso que aguarda a visita daquela bela dama com quem ele se deparou ao virar a esquina.

            Mal sabia eu que estava presente pelas ruas da minha vida um alguém que mexeria novamente em toda aquela felicidade, planos, sorrisos enfim que eu trazia debaixo do braço pra uma determinada ocasião, percebi então que esta era a ocasião.

            Ela me disse com um sorriso maravilhoso no rosto: entre!
            Foi aí que eu decidi me jogar de cabeça pra dentro da vida dela e consequentemente da minha própria.

            Uma semana atrás eu não era o mesmo homem de hoje. Estava com outras intenções para minha própria vida e para o rumo que eu seguiria mas, mas então ela apareceu e o edifício que eu estava começando a construir ela demoliu, rasgou a planta e reformulou todo um plano de futuro que eu tinha. Novos edifícios serão construídos, mas o que muda é que agora a tenho, junto de mim, construiremos juntos.

Qualquer um é engenheiro de seu próprio futuro, até que apareça um alguém que te faça jogar todos seus planos para o alto e reformular esses planos para uma vida a dois.

E agora é a minha vez.

Desenhos, Plantas, Projetos, Papéis Inúteis . . .

                Como propriamente já dizia a letra da música: “como uma idéia que existe na cabeça e não, tem a menor obrigação de acontecer.”

                Idéias abstratas que passam e vem pela mente e corpo, mas que estão longe de acontecerem.

                Não há nada que eu tenha feito ultimamente que me deixa feliz, que me deixe contente em saber que algo deu certo, que alguém esteve feliz, que eu comecei a construir algo. Tudo têm sido gerado em torno de dias e mais dias a fio fora de casa, com muita gente diferente, curtição e o que mais a sociedade condena e os jovens defendem.

                Mas e a volta pra casa, sozinho? E o preço de acordar no outro dia e ver que não há ninguém, não há história pra continuar? E o próximo dia o que será?

                Apenas dias e mais dias vividos e jogados fora, oportunidades de construir algo maior, algo que levarei por toda a minha vida, todas trocadas por emoções efêmeras e passageiras de uma noite.

                Não diria que não existem mulheres interessadas e que também me interessam, todo mundo tem uma ou mais cartas na manga. Mas o que eu quero saber de verdade é se essas cartas me farão ganhar o jogo de vez e sair dessa mesa de bar com um prêmio ou se serão apenas pontinhos somados que não me darão certeza nenhuma.

                Eu vejo pessoas sem sonhos, sem construções, sem vida eu diria... Ouvir de alguém que essa pessoa não vai casar, não quer ter filhos ou que vai casar com 50 anos, isso é a maior besteira que meus ouvidos absorvem involuntariamente.

                Eu quero casa, família, crianças correndo pelos corredores, quero que meus cabelos caiam de tanto eu gritar e me estressar com elas, quero contar histórias a elas, quero pega-las no colo e coloca-las pra dormir, quero uma mãe pra eles que seja doce, meiga, que seja a principal estrutura da casa, que seja feliz por casar e ter filhos, que queira ser feliz.

                Escutar que é besteira pensar nisso, que sou jovem demais com 20 anos, que preciso disso, preciso daquilo, senhores! Eu não vou casar amanhã e muito menos ter um filho hoje!

                Eu apenas preciso de alguém que viva o hoje, mas que num futuro consiga e queria  ver todas essas coisas que eu vejo.

                Enquanto o belo de hoje me dia é dizer: “Peguei tantas” ontem!... Pra mim senhores o belo é dizer: Eu conheci UMA mulher incrível ontem!

                Desculpem-me, mas eu só queria ter nascido no século XVII onde o amor ainda existia, onde sentimentos eram mais valiosos que o ouro, a prata e a fama.

                Tenho alguns planos, tenho conhecido pessoas incríveis, mulheres com maturidade o suficiente pra me entender, tenho pensado em mulheres que já pensaram como eu mas que tropeçaram junto comigo no meio desse longo caminho. O difícil é decidir entre voltar um pedaço do caminho e dar a mão a alguém ou correr pra alcançar um novo alguém ali na frente.

                Caos interno que vivo, mas como eu já disse anteriormente: “Todos nós precisamos de um pouco de caos para que a vida se equilibre”(Neto Barbieri – 2010). Sem esse caos, essa desordem, essa dúvida, toda a emoção, empolgação e todos os outros sentimentos da vida que mexem conosco, seriam substituídos por monotonia.

                Eu quero, eu preciso, eu vou obter mais do que a sociedade hipócrita em que vivemos e a vida me dá. Eu estou indo em uma outra direção, seja sozinho ou acompanhado.

                Por onde andas bela dama, musa, fonte de inspiração, já não mais escrevo, já não mais penso, já não mais me apaixono e quando o faço acabo por ver que fiz a coisa errada.

                Este texto não é destinado a dama alguma, ela não tem nome, não tem sobrenome, não tem nem mesmo felicidade pra compartilhar comigo.

                Pouco a pouco eu me desgasto procurando um alguém que apenas possa me fazer mais feliz, que possa suprir necessidades psicológicas minhas.

                Mais uma vez meus castelos estão sendo construídos na areia e toda noite a maré os desfaz, o problema é que dessa vez eu não vejo pedras próximas para que eu possa firmar uma estrutura.

                Enquanto a dama sem nome não aparece com uma trilha até as pedras onde possamos ficar longe da maré, eu faço e refaço todo dia um castelo diferente.